segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Como Regular, Ajustar sua guitarra.

Fiz dois vídeos. O primeiro é algumas dicas ao trocar as cordas e o segundo é o ajuste em si mesmo. Não ficou perfeita a captura do vídeo, então se tiver alguma dúvida é só perguntar nos comentários que eu respondo. ;)

Vídeo das Cordas


Vídeo do Ajuste.

domingo, 21 de agosto de 2016

Como melhorar sua guitarra e se vale a pena dar um upgrade. 7 passos para ajudar.

Introdução.


As vezes, temos a dúvida se uma guitarra está oferecendo tudo que pode. Tendo isso em mente, pensei em fazer um guia de como verificar e decidir se a guitarra vale um upgrade ou não e, se sim, com quais procedimentos começar. Organizarei os passos pela ordem que eu acredito que você deva seguir. Não é necessário seguir todos os passos, siga os passos até que seu problema seja resolvido. Se você resolver o problema com o 1º passo, por exemplo, pare nele. Se também achar que os próximos passos não valem a pena, por questões de dinheiro, de tempo, de disposição, entre outras, pode para também e decidir se está feliz com a guitarra ou deseja se desfazer dela ou mesmo pensar posteriormente.

1º passo - Regule a guitarra.


Esse passo é muito importante. É extremamente comum que uma guitarra não esteja dando o seu máximo porque está mal regulada. Então o primeiro passo precisa ser regular a guitarra para conseguir observar ela no máximo potencial. Aconteceu comigo um fato curioso. Tinha uma condor Rx-30 parada e resolvi usá-la de teste para aprender a regular guitarras. Após conseguir regulá-la certinha, ela começou a soar muito bem e atualmente não a troco por nenhuma Fender desregulada (por uma Fender reguladinha troco sim hahahahaha). Em resumo, você só saberá qual o real potencial da guitarra quando ela estiver bem regulada.
OBS: Se você não sabe regular a guitarra e está em dúvida se vale a pena o investimento na regulagem, porque precisaria levar em um luthier, pode pular esse passo e voltar para ele quando decidir fazer investimentos. No entanto, talvez alguns problemas não sejam identificados ou o potencial da guitarra seja subestimado.

2º passo - Teste a parte física da guitarra.


Nesse passo não nos preocuparemos com o timbre especificamente, preocuparemos com o conforto e a tocabilidade. Teste se lhe agrada tocar a guitarra, se ela está com um peso bom, se ela tem um equilíbrio bom, se você consegue tocar tanto em pé quanto sentado, se você gosta do visual dela (as vezes, compramos algo em uma época e depois nos arrependemos). Se, no geral, a guitarra lhe agradar ou o que lhe desagrada seja algo pequeno, como, por exemplo, querer trocar a cor do escudo, aconselho a continuar os passos. Se o que lhe desagrada seja algo que seja difícil de mudar como peso do instrumento, equilíbrio do instrumento, talvez seja melhor pensar em trocar de instrumento ou vende-lo, porque dificilmente você conseguirá abstraí-lo. 
Cito, novamente, um caso que aconteceu comigo. Eu tinha uma Cort M 600 t, guitarra excelente, bom equilíbrio, bom timbre, fácil de regular, mas era muito pesada para mim e toda vez que eu ia ensaiar por muito tempo com ela, minhas costas doíam muito. Então, por mais que eu estivesse satisfeito com os timbres, não conseguia utilizá-la por conta da parte física. Acabei usando ela cada vez menos, até vende-la porque não conseguia tocar com ela sem ter dores. Portanto, não adianta nada ter uma guitarra com ótimos timbres, mas que você não seja capaz de trocar.
OBS: Conforto é algo muito pessoal, o que pode ser bom para um pode não ser para outro. Vendi minha Cort, por exemplo, para alguém que o peso da guitarra não era um incomodo.


3º passo - Teste se o problema é a guitarra.


Pode parecer bobagem, mas muitas vezes o problema não é a guitarra, pode ser amplificador, cabos e/ou pedais (não que eles sejam necessariamente ruins, eles podem não combinar com a guitarra). Se você está com dificuldade de timbrar uma guitarra com seu setup, teste ela em um setup diferente, principalmente em outro ampli. Vá a lojas, teste em amplis de amigos e veja se a guitarra não soa melhor. As vezes também pode ocorrer de a guitarra ser boa para um estilo de música que não é o que você toca, mas testando em distintos amplificadores e pedais, você saberá com o que ela se dá bem ou não e decidirá se vale a pena o investimento em um upgrade ou talvez seja o caso de troca-la.

4º passo - Teste distintos ajustes na guitarra.


Se você percebeu que o problema é realmente a guitarra, teste distintos ajustes. Explore bem a chave seletora de captadores, teste distintos ajustes nas alturas dos captadores, explore os botões de volume, tonalidade e eventuais outros. É provável que você consiga adaptar a guitarra às suas necessidades ou descubra o que realmente lhe incomoda na guitarra. Por exemplo, pode ser o valor dos potenciômetros, pode ser um dos captores, etc. Sabendo o que lhe incomoda, é mais fácil fazer a troca desse componente que não está atendendo a suas necessidades.

5º passo - Comece os investimentos com coisas simples.


Recomendo não começar já investindo em coisas complexas e/ou caras (Exemplos: mudar o tipo de ponte, captadores, mudar o tipo de tarraxa). Comece trocando coisas mais simples como os potenciômetros, os capacitores, os jacks, esquema elétrico, upgrade de ponte, tarraxas, nuts sem mudar o tipo (veja se é compatível mesmo), etc. São produtos baratos e que não alteram tanto o instrumento, mas podem resolver o problema. Por exemplo, uma troca no valor do potenciômetro pode fazer uma guitarra soar mais ou menos brilhante/aguda. Algumas alterações, como o 50's wiring, não envolvem nem comprar produtos apenas desoldar e soldar. Então é possível ter grandes resultados com essas pequenas alterações. No entanto, se esses procedimentos não resolverem aí é hora de pensar em coisas mais complexas.
OBS: Se você pulou a parte da regulagem, mas chegou até esse passo. Se decidir levar a guitarra para alguém fazer esses ajustes é bem provável que a regulagem seja feita junta e incluída no preço, mas caso não seja pergunte e tente fazer a regulagem.

6º passo - Se o problema for timbre,  a troca de captadores, normalmente, faz milagres.


Pode parecer exagero mas não é, captadores ocupam um percentual enorme quando se trata de timbre de guitarra. Trocar um captador é algo que realmente vai mudar sua guitarra. Se você já fez os outros passos e não resolveu o problema de timbre, é hora de considerar essa opção, principalmente se a guitarra é uma guitarra que lhe agrada tocar, uma guitarra confortável. Escolhendo o captador certo, sua guitarra se transformará absurdamente. Há diversas companhias de captadores, nacionais e internacionais, mas o que mais importa para escolher o captador certo é que você saiba o que quer. Por isso, a escolha de captador é o 6º passo só. Há diversas opções de captador e, se você não tiver bem claro o que quer, pode ficar perdido. Então depois de definir o que quer procure nos sites das companhias que provavelmente você achará o captador que atenderá a suas demandas, algumas companhias até tem um canal de contato, se for o caso use, para ter mais certeza. A troca de captadores transformará sua guitarra, e se a escolha for bem feita, você terá um instrumento excelente.

7º passo - Mudanças radicais.


Nesse ponto deixarei bem clara minha opinião, mas ressalto que é algo muito pessoal essa escolha. Cuidado com a troca de componentes que necessitam de mudanças na parte física da guitarra. Como por exemplo: Instalação de Floyd Rose em instrumento que não é feito originalmente para essa ponte, Mudança de tipo de tarraxa, mudança de tipo de formato de captador, etc. Essas alterações são perigosas por alguns motivos. Elas derrubam o valor de mercado da guitarra, principalmente se forem irreversíveis, são, na maioria dos casos, caras de fazer, e muitas delas são ou irreversíveis ou de difícil reversão. Então são mudanças que para serem feitas é necessário muita certeza. Por esse motivo, ela é a última. 
Só aconselho essas mudanças com algumas condições. Cumulativamente, ter já tentado diversas alternativas, já ter passado um bom tempo com o instrumento e o instrumento ter um significado especial e/ou ser extremamente confortável e prazeroso para você tocar. A outra opção é se o instrumento possuí um valor financeiro que é negligenciável para você, ou seja, se ficar ruim, perdeu o dinheiro e já era. Em todo caso, se você não está em nenhum desses dois casos, acho que trocar ou vender o instrumento pode ser uma saída mais interessante, e com o dinheiro obtido poder comprar um instrumento que atenda melhor a suas necessidades.

Conclusão.


Melhorar um instrumento é uma escolha que muitas vezes não é fácil e muito menos objetiva. Por esses motivos, enumerei os passos numa ordem que vai do menos para o mais evasivo e complexo. Então tente seguir e pare quando seu problema estiver resolvido. Só faço algumas considerações. Não existe instrumento perfeito, sempre tentaremos mudar algo, então procure ver se o instrumento já está bem próximo de lhe atender, se já estiver talvez seja melhor deixá-lo com está. Se você não sabe o que procura não encontrará nada; é necessário saber o que você busca no instrumento; se não fizer isso, ficará em uma busca sem fim e sem objetivo. As vezes a melhor opção é vender o instrumento ou trocá-lo por um que lhe atenda. Esse último ponto, muitas vezes, é difícil de aceitar, principalmente se você se apega ao instrumento, mas, infelizmente, principalmente se muitas mudanças ou mudanças drásticas são necessárias, é mais fácil vendê-lo e adquirir um instrumento que lhe atenda melhor.

sábado, 25 de junho de 2016

Qual a ordem certa de pedais ?


Assista também a versão em vídeo.


Qual a ordem certa ?


Antes de começar a escrever, queria agradecer ao Anderson da banda Astronauta Imaginário que pediu para eu fazer essa postagem explicando esse assunto, e gostaria de convidar a todos que tenham sugestões de tópicos a pedirem essas postagens. Para facilitar vou dividir o texto em regras numeradas, e ao final farei a sugestão do que eu acho que seria o ideal.

As regras:

1 - ) Não existe regra.


Pode soar meio clube da luta, mas a primeira regra que você deve saber é que não existe uma regra. O objetivo dessa postagem é apenas nortear guitarristas que estão em dúvida de como ordenar seus pedais, mas se você ordenar os pedais de qualquer outra maneira que funcione para você, então está tudo certo. Aconselho você a experimentar com a ordem de pedais, pois pode descobrir novos sons legais. Há inclusive diversos guitarristas de alto-nível que desrespeitam essas regras e tem ótimos sons. Eu vou sugerir que você ponha suas modulações após os pedais de ganho, mas o Zakk Wylde, por exemplo, põe as dele antes.

2 - ) Pedais que pedem prioridade.


Existem pedais que pedem prioridade, ou seja, que funcionam melhor se colocados logo no começo da cadeia de sinal, recebendo primeiramente o sinal da guitarra. O pedal que mais necessita de prioridade é o fuzz, e principalmente, fuzz faces e tone benders. Caso você tenha esses pedais eles devem ser os primeiros da sua cadeia, antes mesmo de afinador por exemplo. Se você usa mais de 1 tipo de fuzz aconselho que você siga essa ordem de prioridade: fuzz face, tone bender e big muff.
O fuzz como prioridade, pode ser mudado em algumas situações. Se você preferir o wah-wah antes do fuzz e se você gosta de seu fuzz boostado por outro pedal (esse tipo de uso é mais comum com big muffs). Se você não usa um wah-wah antes e nem um pedal boostando seu fuzz, então, não ponha nada entre ele e sua guitarra.
O afinador é o outro pedal que deve ter uma posição prioritária, porque ele capta melhor o seu som e, logo, a afinação quanto mais próximo da sua guitarra ele estiver. Se você não usa fuzzes, o primeiro pedal da sua cadeia de sinal deve ser o afinador.

3 - ) Pedais que se chocam com outros.


Mais uma vez aqui temos os fuzzes (normalmente os circuitos dele são bem primitivos e por isso tem esses problemas). Pedais de fuzz não funcionam bem se estão próximos de bufferes, então se você usa um buffer, ou um pedal com buffered bypass, ponha ele à distancia de uns 2-3 pedais no mínimo de seu fuzz. Senão, o som do fuzz é afetado, e geralmente produz um timbre pior. Alguns outros pedais, principalmente de ganho, também não se dão bem com bufferes, então se você tem um pedal que soa bom sozinho, mas ruim no board, talvez seja esse o problema.
Outro choque que há é entre compressor imediatamente depois do wah-wah e/ou do booster. Como o wah-wah e o booster trabalham alterando o volume das frequências, se você puser um compressor, que trabalha comprimindo o volume das frequências, imediatamente depois desses pedais, você vai anular o efeito desses pedais. Então ponha seu compressor ou antes, ou depois de alguns pedais após o wah-wah e o booster. Nesse último caso, lembre-se: O wah-wah e o booster vão afetar os pedais que estão até o compressor (obviamente com compressor e wah-wah/booster ligados ao mesmo tempo), após o compressor as frequências ficam niveladas e se perde a atuação do wah-wah/booster nos pedais seguintes ao compressor, o que pode ser algo bom ou ruim.

4 - ) Pedais que podem ser usados em qualquer lugar da cadeia.


De fato, todos os pedais podem ser usados em qualquer lugar da cadeia, mas esses são pedais que não há um consenso sobre onde usá-los, e mais, a cada posição dele na cadeia ele possui uma função distinta.
Wah-wah é o primeiro caso. Normalmente a discussão é se eles vem antes ou depois dos pedais de ganho, mas já vi guitarrista usando o wah-wah por último na cadeia. De uma maneira geral o wah-wah depois dos pedais de ganho é mais agressivo do que antes. Acho interessante testar o wah-wah em todas as posições possíveis. O wah-wah altera o volume das frequências anteriores a ele, mas também, por fazer isso, altera como os pedais que vem depois dele recebem o som equalizado, então em cada posição ele tem um efeito distinto. Aconselho você a primeiro experimentar ele antes e depois dos pedais de ganho e, posteriormente, se nenhuma das posições lhe agradar, testa-lo em posições menos tradicionais.
Os boosters e pedais de volume podem vir em diversos lugares também. Nesse caso eles não alteram o timbre, somente o volume, dos pedais anteriores a eles, mas alteram os pedais posteriores a ele, pois enviam mais ou menos sinal para estes. Normalmente existem 3 posições mais usadas. Antes dos pedais de ganho, depois dos pedais de ganho e como último pedal da cadeia. No primeiro caso, além de dar mais/menos volume ele da mais/menos ganho e deixa mais/menos exagerado todos os efeitos posteriores a ele. No último, ele somente aumenta/diminui o volume. No segundo caso, é algo intermediário.

5 - ) A ordem que eu sugiro.


As regras que eu apresentei é o que se tem mais consenso, mas há diversas polêmicas como a ordem dos pedais de ganho, se as modulações devem vir antes ou depois do delay (em alguns casos como phaser e uni-vibe, até antes do drive). No entanto, vou sugerir o que eu gosto e me agrada, caso você prefira outra ordem, poste nos comentários. Também existem muitos pedais hoje em dia, caso eu me esqueça de algum, poste nos comentários que eu sugiro onde ele deve ir na cadeia. Um aviso: essa ordem é um ponto de partida e não de chegada, então comece com ela, mas se achar maneiras mais interessantes de ordenar fique a vontade. Os pedais que podem vir em diversas posições estarão entre parenteses.

(wah-wah/booster/pedal de volume - ww/b/pv) -> Fuzz -> Afinador -> Compressor -> (ww/b/pv) -> Phaser/Uni-vibe -> Overdrive -> Distortion -> (ww/b/pv) -> Pitch-Shifter -> Chorus/Flanger/Vibrato -> Delay -> Tremolo -> Reverb -> (ww/b/pv).

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Como montar um Set de Pedais, Pedaleira/Pedalboard boa, barata e funcional + Dicas de 11 pedais bons e baratos.

Montando um Set de Pedais.

Quando vamos montar um set de pedais (ou qualquer outro nome que você use), precisamos pensar qual som objetivamos tirar desse set. Portanto, aqui vou propor um modelo, mas é claro que você pode adaptar esse modelo para o que você acha que serve melhor para você.
Começarei citando qual o modelo básico de board que acho que você deve seguir, posteriormente, criarei sugestões baseadas em cada estilo de rock, e, ao final, postarei pedais bons e baratos que lhe ajudarão a montar um bom set sem gastar muito dinheiro. Caso queira dica de algum guitarrista específico pode perguntar que eu tento ajudar.
Gostaria, também, de agradecer ao Anderson da banda Astronauta Imaginário que propôs o tópico desse post. Segue um link com o som da banda. (Astronauta Imaginário).


O que é essencial no meu board.


Já começo dizendo que essa é minha opinião, caso discorde, comente. Também, ressalvo que é um pouco arbitrário, mas como o objetivo é nortear apenas, não haverá problemas. Houve a preocupação também em montar um set que não seja caro, isso também afetará as escolhas. Acredito que um board deve ter: 1 ou 2 pedais de ganho  + 1 pedal de modulação (que pode ser opcional em alguns casos) + 1 pedal de delay.
Esse é o set básico, óbvio que muitos guitarristas tem muito mais que isso, mas você perceberá que com esse set básico já é possível extrair muitos timbres, sabendo regular é possível tocar muitíssimas músicas.

Por que não tem wah-wah e nem reverb ?


Primeiro de tudo, esses dois pedais, praticamente não contam com versões acessíveis. Segundo, eles são pedais que você usaria ocasionalmente. Terceiro, reverb, em situações ao vivo, as vezes prejudica mais do que ajuda, se não ajustado corretamente pode piorar o som, e a cada apresentação em lugar distinto é importante reajustar. Por fim, esses efeitos são difíceis de encontrar versões baratas com bom som (por exemplo: o reverb mais barato, e que é bom, que eu conheço é o Mini HOF da TC e custa entre 300 e 400 reais).
Somente uma ressalva. Caso você goste de um guitarrista para o qual esses efeitos são parte crucial do timbre (Exemplo: Você faz cover do Slash), aconselho você a guardar dinheiro e comprar um bom pedal desse efeito. Do contrário, você consegue contornar essa dificuldade, caso toque poucas músicas com esses efeitos (Eric Clapton usou um wah-wah em White Room no Cream, mas na reunião do Cream em 2005 ele nem usou esse pedal ao tocar a música).

Os sets para cada estilo ou artista.


Rock anos 60, começo dos 70 : Fuzz + Overdrive + Delay.


Combinação que na época era, na maioria, só o fuzz e ocasionalmente um delay. Dependendo das músicas que você está tocando o delay pode ser descartado ou usado mais para dar uma ambiência apenas. Pode-se também usar uma modulação mais psicodélica, como uni-vibe ou vibrato, ou mesmo um tremolo, mas não é necessário. O overdrive nem existia na época, mas eu indico porque nessa época o pessoal usava os amps valvulados no talo e isso gerava um som de overdrive. Como, na situação da maioria, não podemos por um amp valvulado no talo, usamos um pedal de overdrive para imitar esse som. 
OBS: Se você curte Beatles, você consegue tocar a maioria das músicas só com um pedal de overdrive e nada mais.

Hard Rock: Overdrive ou Distortion + Chorus + Delay.


Aqui se optar por um overdrive ou use ele para empurrar mais um ampli já distorcendo ou use um overdrive mais "nervoso" que fica legal. O pedal de ganho escolhido vai depender da banda que você mais toca, porque hard rock abrange muitas bandas, AC/DC, por exemplo, pede um som mais limpo (sim AC/DC é mais limpo do que você imagina) já um Van Halen tem mais sujeira. O Chorus é para dar alguma ambiência em bases limpas ou dedilhadas ou mesmo mais peso ao som (por exemplo ao tocar bandas que usam dois guitarristas quando você é o único guitarrista na banda ou mesmo Jimmy Page gravava várias partes de guitarra, as vezes com um chorus você imita essas várias partes). O delay é para sustentação em solos e para dar mais ambiência também em algumas partes limpas. OBS: Esse set é extremamente versátil, se tocar rock desde 60 até atualmente e poder ter apenas um set, escolha esse, você consegue, reduzindo o ganho no pedal ou o volume da guitarra, até imitar um overdrive dos anos 60, só não dará pra fazer igual se você tocar muitas músicas que usem fuzz (mas, nesse caso, você pode só adicionar o fuzz ao set).
OBS 2: Adicionando um Fuzz esse set fica bem legal para tocar Pink Floyd, mas caso toque uma música ou outra só do Pink Floyd, é só caprichar no ganho que da pra enganar.

Metal Clássico: Overdrive + Distortion + Chorus ou Delay.


Não estou tratando de metal muito extremo aqui. Clássico mesmo, A dica é ao invés de comprar um distortion muito pesado, que soará meio abelhudo e exagerado, compre um distortion mais leve, não exagere no ganho e empurre com um overdrive. O pessoal fazia isso antigamente no princípio do metal, punha um overdrive empurrando um Marshall distorcido (que não atingia distorções extremas sozinho). Escolha entre o Chorus ou Delay para dar uma "molhada" ou encorpada no som, não acredito que seja necessário os dois.

Pedais bons e baratos para montar o set.


Aqui buscou-se fazer uma seleção baseada não só na qualidade sonora dos pedais, mas também na durabilidade deles, então evitei marcas com pedais frágeis. Também coloquei pedais que são fabricados em massa, não sob demanda, então não há pedais de empresas menores que fazem sob encomenda. Não tem boosters, porque nessa faixa de preço, os boosters que conheço são normalmente com um controle apenas e alteram o timbre, então é preferível um overdrive, se conhecer algum booster bom poste nos comentários. Faço uma breve descrição dos efeitos, caso queira saber mais de algum específico é só perguntar. Os preços são para os produtos novos. Por fim, busquei colocar opções diversas, como há limitações de preço, de qualidade e de durabilidade, vocês observarão que há marcas que se repetem, mas é inevitável que isso ocorra.

Overdrive:


Digitech Bad Monkey.

Pedal extremamente resistente, construção robusta. É um tube screamer com anabolizantes, pois possui mais ganho e mais médios que o original, Possui uma saída que funciona como um direct-box, algo bem legal. É mais versátil que o tube screamer, pois possui dois controles de equalização, graves e agudos. A parte negativa é que ele não é true-bypass, mas seu buffer colore menos que os da boss em minha opinião, e com o dólar mais alto ele subiu um pouco de preço, se aproximando dos 300 reais, mas procurando você acha por uns 200 (comprei o meu quando o dólar tava barato e paguei 150). Funciona muito bem para Metal Clássico e mesmo para Hard Rock, boostando um outro pedal ou um ampli distorcido. Usado como o drive principal, devido a ter muitos médios, pode soar um pouco abafado, mas depende da guitarra e do amplificador.

Landscape Organic Drive & Booster.

Pedal também baseado no Tube Screamer. Legal que dá pra usar ele só como boost através do controle de blend. É um pedal bem versátil que abrange de um boost a um drive moderado (mas talvez seja fraco para tocar alguns tipos de hard rock). Possuí true-bypass. O ponto negativo é esse design feio e pouco funcional da landscape e talvez ser um pouco fraco para alguns estilos. Custa uns 200 e pouco reais. Recomendo como drive principal de rock anos 60 e de hard rock mais leve (Led Zeppelin e AC/DC, por exemplo) e para usar como booster mais transparente (se você precisar dar mais peso e corpo, para o um som de metal, por exemplo, acho melhor o bad monkey).

Distortion:


Digitech Hot Head.

Pedal baseado e parecido com o Boss DS-1 (esse é em torno de uns 100 reais mais caro só, se preferir  pode ir fundo no Boss também, pedal excelente, mas mais caro). Assim como o Boss é extremamente resistente. Ele consegue ir de algo que lembra um overdrive leve até uma distorção mais extrema. Em relação ao Boss acho que ele, com o ganho até a metade, melhor que o Boss e, com o ganho após a metade, o Boss é melhor. Outra vantagem é o equalizador de 2 bandas e a saída para mesa. Ponto negativo é que ele não é true-bypass (embora prefira o bypass dele que o da Boss). Preço dele é uns 200 e pouco reais. Para tocar metal e um hard rock pesado ele sendo boostado pelo bad monkey fica sensacional. Recomendo ele para estilos mais pesados, de Hard Rock pra cima.

Mooer Black Secret.

Pedal baseado no Rat. Pedal muito legal, assim como o original. Consegue ir de um drive moderado a um Fuzz que lambra o Big Muff (é uma alternativa mais versátil ao Big Muff, para quem curte guitarristas que o usam como o David Gilmour, por exemplo). O som é tão bom quanto o Rat e é um ótimo pedal. Os pontos negativos é que esses pedais menores são mais frágeis, não aceitam bateria e você precisa usar ele em um board (senão ele não para), mas é algo que ocorre com todos esses pedais e o preço dele é mais elevado, sai uns 300 e pouco. Recomendo para Hard Rock (da até de um rock anos 60 mais puxado) para cima.

Fuzz:


Fuhrmann Classic Fuzz.

Pedal baseado no Fuzz Face de Silício. Pedal interessante, embora, assim como todo fuzz, necessite de um tempo para aprender a usar. Bem parecido com o Fuzz Face, e cumpre bem a proposta pelo preço. Pontos negativos do pedal é que a Fuhrmann não fabrica pedais que aceitam bateria, e isso, pode ser problemático com Fuzz, pois eles são muito sucetíveis a ruídos, acredito que esse seja o principal ponto negativo. Custa uns 200 e pouco. Recomendo para tocar rock anos 60 e mesmo Pink Floyd até o 1973 (depois desse ano o David Gilmour começou a usar mais o Big Muff).

Fuhrmann Big Fuzz

Outro Fuhrmann (elogiar que é uma das únicas nacionais que fazem fuzz nessa faixa de preço), esse baseado no Big Muff. Mesmos defeitos e qualidades que o Classic Fuzz, embora eu ache esse big fuzz menos fiel ao big muff do que o classic fuzz é ao fuzz face. Preço também é uns 200 e pouco. Recomendo para tocar Black Sabbath (embora o Toni Iommi não usasse um pedal de fuzz, seu som era bem fuzz) e Pink Floyd pós-1973 (Confortable Numb por exemplo).

Modulação


Greatone Digital Chorus

Esse pedal pode ser difícil de achar, mas vale muito a pena, ele chegou a ganhar prêmio equipo de ouro da Guitar Player brasileira (sim!!!), custa pouco mais de 100 reais e você acha usado por menos. Pode ser um pouco difícil de timbrar pelos 2 controles só, mas ele chega a efeitos muito legais e incríveis até pelo preço. Além de tudo tem chave true-bypass. Acho que os únicos pontos negativo é a dificuldade em achar e seu formato meio estranho. Recomendo para quem quer usar o chorus e mesmo da pra tentar uns efeitos de falante rotatório aumentando o rate.

Fuhrmann Vib & Vibe

Pedal com 2 efeitos não tradicionais em 1 (novamente elogiar a ousadia da Fuhrmann). Mesmos defeitos e qualidades dos outros Fuhrmann, ausência de bateria, mas caixinha resitente e true-bypass. Nesse caso a ausência de bateria não é tão grave. As vezes os efeitos podem soar meio artificial, mas no geral o pedal é bem legal. Você acha por até um pouco menos de 200 reais. Recomendo para quem quer fazer sons mais viajados e mesmos uns timbres de vibrato mais tradicionais, diversão garantida com esse pedal.

Nux Mod Core
Vou começar diferente, só compre esse pedal se você precisar de muitos efeitos de modulação. Os efeitos em si são bons, o problema desse pedal é a durabilidade e o bypass. A nux jura que é true-bypass, mas ele rouba muitíssimo sinal. No entanto, se você usar muitas modulações ele pode ser útil, pois mesmo comendo sinal ele é um pedal 8 em 1. O preço dele também é um pouco salgado, 300 e pouco reais. Então recomendo somente nessas situações, do contrario, escolha uma modulação que você use mais e seja feliz com ela.

Delay:


Landscape Echo Delay.


Pedal de delay muito bom. O botão tone é legal que da pra fazer uma repetição mais fechada que lembra um delay analógico. Um dos melhores delays nessa faixa de preço que você encontrará. Ponto negativo é novamente esse design da landscape. Custa entre uns 250 reais. Recomendado para todos os tipos de música em que o delay é necessário, só alerto para não exagerar na dose quando tiver tocando sons clássicos que vai soar estranho, pois os delays não eram tão potentes na época.

Fuhrmann Analog Echo

Mais um Fuhrmann que possuí as mesmas desvantagens e vantagens dos outros, embora bateria para delay não seja tão importante, pois se usado com bateria ele consome muito rápido a bateria. Além desses defeitos o time dele pode ser um pouco curto para alguns guitarristas, mas ao mesmo tempo isso pode ser uma vantagem para quem busca timbres clássicos, pois não tem risco de você exagerar na dose. Custa entre 250 também. Recomendado mais para timbres de delay clássico.

Conclusão.


O objetivo foi demonstrar que é possível montar um board que seja barato e mesmo assim ser capaz de tirar inúmeros timbres. Novamente ressalvo que os exemplos de set são ilustrativos, quem define que pedal entra no seu set é você. No entanto, lembro que, muitas vezes, menos é mais. As vezes um set de pedais reduzidos, que você tira o máximo de som possível, produz melhores resultados que um muito cheio de pedais e não bem utilizado. Comente, questione. Abraços.

terça-feira, 26 de abril de 2016

O mito de começar o estudo de guitarra ou de baixo pelo violão.

Assista também o VÍDEO do meu canal no Youtube.


O mito do violão



O título é um pouco dramático, mas é um problema que acontecia muito quando eu comecei meus estudos, espero que não seja mais tão frequente, mas, de qualquer maneira, acredito ser importante alertar quem estão começando ou planeja começar os estudos de guitarra ou baixo (estou me referindo ao baixo elétrico, o acústico necessita uma técnica distinta).
O mito é baseado na frase: independente do que você quer tocar é melhor começar seus estudos pelo violão, depois você terá mais facilidade de aprender baixo ou guitarra.

Esse mito tem algum fundo de verdade ?


A resposta é parcialmente positiva. De fato, se você aprender a tocar violão, posteriormente você terá mais facilidade de aprender baixo e guitarra; no entanto, o período de estudos dedicados a violão você ficará bom em tocar violão, não baixo e nem guitarra. De outra forma, você não aprenderá a tocar bem guitarra e baixo estudando violão, apenas ganhará a vantagem de, quando iniciar os estudos daqueles instrumentos, aprender mais rápido.
Há quem diga: "Violão lhe dará resistência nos dedos e tocar guitarra será mais fácil". Realmente violão pode gerar esse benefício, mas, novamente, só facilitará o aprendizado de guitarra, não será o aprendizado. Sem contar que Billy Gibbons do ZZ Top está ai para provar que não é necessário uma resistência enorme para tocar guitarra bem e e tirar um ótimo som, Gibbons utiliza encordamento 0.07(!!!), extremamente leve, baixa ação das cordas e ele próprio diz que ataca as cordas com extrema delicadeza. Além disso, se fosse a busca por resistência algo tão crucial, seria mais lógico começar pelo baixo então.
Se você quer aprender baixo ou guitarra, deve estudar esses instrumentos, pois cada um tem técnicas específicas e necessita de um estudo próprio. Tocar violão pode lhe ajudar a aprender a tocar esses instrumentos, mas não lhe ensinará.

Por que o mito persiste ?


Acredito que seja porque um violão econômico é mais barato do que uma guitarra ou um baixo do mesmo nível, e não há a necessidade de comprar um amplificador, então o investimento inicial é menor. Há também quem ache que um violão em casa, mesmo que depois desista de aprender, é menos inútil do que uma guitarra ou um baixo.
Defendo que você, caso não tenha um instrumento, compre o que você quer aprender. Existem opções baratas tanto de guitarras como de baixos e seus respectivos amplificadores; além disso, um instrumento parado em casa é inútil independentemente, e as chances de você desistir de aprender, tocando um instrumento que não é o que você gostaria, são maiores, então você, na verdade, está aumentando as chances de ter um elefante branco, e não diminuindo. Quanto ao custo, mesmo que seja mais elevado o preço de guitarras e baixos, você pode revende-los posteriormente, e eles perdem menos do valor original do que um violão barato.
Faço apenas uma ressalva, caso você tenha acesso a um violão (haja um parado em sua casa ou de algum conhecido que lhe empreste), não é tão problemático começar (por começo, considero um período entre 3 e 6 meses) os estudos de guitarra ou de baixo  nele, mas faça exercícios de guitarras ou de baixo e não de violão, e, posteriormente, caso haja interesse em continuar os estudos, invista no instrumento que você deseja realmente tocar.

Aprenda o instrumento que você gosta.


Todo o instrumento tem suas especificidades, então para que você domine qualquer instrumento você precisa praticar nele. Começar a aprender com outro instrumento não lhe permitirá explorar a fundo o que você realmente gosta e pode ser um fator que lhe desestimule, e até lhe faça desistir de aprender a tocar um instrumento; portanto, não acredite no mito de começar o estudo de guitarra ou baixo pelo violão (salvo aquela exceção citada anteriormente).
Comente sobre, abraços. 

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Obtendo Muitos Timbres de Pouco Equipamento.

Assista ao VÍDEO no meu canal.

Nesse vídeo demonstro como obter diversos timbres usando apenas uma guitarra e um amplificador. Obviamente, não é o único modo de obter timbres, mas demonstrei por ser um dos mais simples e que requer o mínimo de equipamento.  Foi gravado com câmera de celular, então a qualidade de áudio não está muito boa, mas a ideia de mostrar os sons acho que foi possível. Caso não de pra ouvir minha voz, aqui vai os equipamentos e como está em cada música.
Amplificador Rotstage BL50 - Ganho máx, Volume 3 hrs, Bass 11 hrs, Mid 12 hrs, Treble 3 hrs, Presence 2 hrs.
Cabo Tecniforte.
Guitarra Gibson Les Paul Studio 60's Tribute.
Won't Get Fooled Again - Ponte vol 7 tone 5
Highway to Hell - Ponte - vol 7 tone 6
Whola Lotta Love - Ponte vol 7 tone 4 (no solo tone no 10)
"Violão Ponte" - Ponte vol 2 tone 2
Something - Vol 10 tone 4
Sleep Now In The Fire - Vol 7 Tone 10
This Love - Posição do meio todos os controles no 7
My Sweet Lord - Posição do meio todos os controles no 2
Love Me Two Times - Braço vol 7 tone 7
"Jazz inventado" - Braço vol 5 tone 5
Canto de Ossanha - Braço vol 4 tone 3
"Violão Braço" - Braço vol 2 tone 2
Sunshine Of Your Love - Braço 10 tone 7
I Want You - Braço vol 10 tone 5
Baby I Gonna Leave You - verso: Braço vol 2 tone 2/ refrão: Ponte vol 7 tone 5
Abraços.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Como melhorar seu timbre/som - 10 dicas

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Como melhorar seu timbre com alguns procedimentos básicos.


Independente de um guitarrista ser iniciante ou já tocar a algum tempo, todos buscam aperfeiçoar o som que tiram do instrumento, o timbre. Essa postagem irá ajudar quem está nessa busca, mostrando alguns procedimentos simples e básicos que irão nortear quem procura melhorar o som que tira do instrumento.

1 - ) Equipamento importa, mas não é o mais importante.


Esse é o erro que a maioria dos guitarristas cometem. Embora um equipamento de qualidade seja importante para obter um bom timbre, ele é apenas uma parte. Essa confusão ocorre (inclusive quem lhes escreve já cometeu e comete), porque é mais simples atribuir a culpa por não conseguir obter certo timbre ao equipamento do que assumir a responsabilidade por não ter conseguido. Em consequência, quando não tiver conseguindo obter um timbre, tente explorar outros aspectos (que serão abordados na postagem) antes de comprar um novo equipamento.

2 - ) Ainda sobre o equipamento - Qualidade é melhor que quantidade.


Sobre o equipamento vale a máxima qualidade é melhor que quantidade. Se tiver que optar por algum dos dois, opte sempre pela qualidade. Uma observação importante, é que a maioria dos guitarristas observam a qualidade em guitarras, amplificador e pedais, no entanto, são negligentes com cabos e fontes de alimentação. Use sempre cabos de boa qualidade, de nacionais recomendo a Tecniforte, um cabo de má qualidade danificará o timbre do resto do equipamento.

3 - ) Troque as cordas.


Troque as cordas sempre que possível. Sei que esse é um procedimento caro, mas realmente faz uma diferença no timbre. Para quem precisa economizar, aconselho a, quando terminar de tocar passar uma flanela seca sobre as cordas, isso preserva o timbre de cordas novas e pode reduzir a necessidade de trocar as cordas (ATENÇÃO: Reduzir, não eliminar).

4 - ) Mantenha o instrumento regulado.


Outro aspecto importante é manter o instrumento sempre regulado, ideal é levar periodicamente a um luthier ou aprender a fazer os ajustes básicos. Para quem não sabe ajustar e quer diminuir as idas ao luthier há um macete, quando for trocar as cordas troque uma por uma, tira a antiga e ponha a nova e afine, isso faz com que o instrumento "mantenha" mais a regulagem,

5 - ) Explore seu equipamento.


Essa é uma dica que parece banal, mas muitos guitarristas não exploram a fundo seu equipamento. Aqui aconselho a explorar realmente, tentar todas as regulagens possíveis, mexer nos botões da guitarra, nos do amplificador e pedais, e tentar tirar diversos sons com o equipamento que você já possui, somente quando após tentar de todas maneiras e não conseguir tirar outros timbres. Comece a explorar só com a guitarra e o amplificador e tente tirar todas as músicas que você já toca só com os dois (farei uma postagem especifica, para ajudar a explorar sons só com guitarra e amplificador), use os controles de seu ampli e principalmente da sua guitarra (Sim, aqueles que você deixa sempre no 10), você observará que é possível obter muitos timbres só com essa combinação e poderá abrir mão de alguns pedais eventualmente. Só depois de fazer isso, vá adicionando pedais (e experimente com distintos posicionamentos dos pedais, a ordem deles interfere no timbre final) e sempre faça o mesmo procedimento com os pedais, veja quantos sons é possível obter usando além dos botões dele os botões do amplificador e da guitarra.
Dica: Tente com um pedal estilo fuzz face ou mesmo um estilo tube screamer, usando os dois com os botões de volume e ganho no máximo, (o de fuzz terá resultados mais dramáticos, mas mesmo com um overdrive leve é possível observar os distintos timbres) num ampli valvulado "sujinho" (naquele intermediário entre o som limpo e o sujo) começando com os botões da guitarra por volta de 6, vá mexendo gradualmente nos botões na guitarra, aumentando e diminuindo e observe quantos sons diferentes é possível tirar desse equipamento simples.
Essa combinação é a que provoca resultados mais diversos, mas mesmo com apenas uma guitarra e um ampli transistorizado é possível obter muitos timbres só usando os controles da guitarra e do amplificador (Isso será abordado em outra postagem).

6 - ) Mantenha a simplicidade.


Essa dica é uma síntese das anteriores. Para começar, se você é um guitarrista e não um colecionador, tenha só a quantidade de guitarras necessárias. Se você seguir as dicas perceberá que cada guitarra nova é algo que gerará custos financeiros (regulagem e troca de cordas) e custo do seu tempo (aprendendo e explorando todos os timbres possíveis dela), então mantenha o mínimo possível. Essas dicas servem para amplificadores e pedais também. Se você fizer isso, terá mais dinheiro para investir em equipamentos de qualidade, e não comprar só pela quantidade. Observe que se você seguir os conselhos, terá um equipamento de mais qualidade, mais compacto e que lhe gerará resultados mais satisfatórios, e como será mais compacto, lhe gerará menos custos de manutenção.

7 - ) Técnica.


Técnica é crucial. Por mais que você tenha um bom equipamento, com boa manutenção e saiba explorá-lo, é necessário saber tocá-lo bem. Na realidade, acredito que você começará a conseguir explorar bem o equipamento quando já tiver um certo nível de técnica. Por técnica não digo velocidade, é saber "tirar o som". Explore dinâmicas de palhetadas, diferença de palheta e dedos, melhore a firmeza com que você segura as cordas. Todo procedimento que melhorar sua técnica, lhe permitirá ouvir melhor as nuances de seu equipamento e, dessa maneira, extrair o melhor timbre possível. Lembre-se que só a técnica também não é suficiente, então pratique, mas sempre observando como a técnica afeta o seu timbre e vice-versa. Por esse motivo, acredito que uma das melhores maneiras de aprender é tirando músicas, mas não só aprendendo a digitação em si, tire a música com o timbre mais próximo possível do original; isso lhe ajudará a entender tanto seu equipamento, quanto o papel da guitarra na música.

8 - ) Escute, pesquise e aprenda.


Uma continuação do tópico anterior. Escute o máximo de músicas possível, e escute também as faixas de guitarras isoladas (busque o nome da música e isolated guitar tracks/ guitar only), Observe o papel da guitarra na música e tente reproduzir esse som com seu equipamento. Também, busque informações de que equipamentos e técnicas os guitarristas que você gosta e/ou está estudando usam/usaram. Você perceberá que mesmo não tendo um equipamento igual pode tirar um som parecido; além disso, aprenderá como cada guitarra, amplificador e efeito soa, e isso lhe ajudará a encontrar o seu som, pois você saberá que tipo de timbre lhe agrada. Então escute, pesquise sobre a música e a guitarra na música e aprenda com ela. Vou deixar link para dois vídeos do Youtube, a versão original de Alive do Pearl Jam e a versão só com a guitarra e violão, escute como é diferente ouvir a guitarra sozinha e ela na banda.

9 - ) Toque em banda.


A experiência de tocar em banda é enriquecedora, porque você precisa entender o lugar da guitarra no contexto de banda Ouvir as faixas isoladas ajuda, mas nada se compara a experiência real. Você perceberá que o timbre que você achou sensacional sozinho não é bom para a banda e vice-versa e evoluirá muito como guitarrista. Além de ser algo necessário, pois a guitarra é um instrumento que soa melhor dentro de uma banda. Tente tocar no máximo de bandas possíveis, e, se conseguir, em bandas de distintos gêneros musicais, pois a guitarra tem diferentes papeis e cada um desses papeis exige um timbre e uma técnica específica, e quanto mais timbres e técnicas você dominar, você será um guitarrista mais completo.

10 - ) Converse com músicos.


Algo que é muito subestimado é o conhecimento que um músico passa para o outro, e, nesse caso, não estou falando só de guitarrista. Converse com o máximo de músicos que você conseguir e tente extrair o máximo de conhecimento que essas pessoas tem. Como todo campo social, há sempre algumas pessoas com má índole, mas são minorias, a maioria dos músicos vai ficar feliz em lhe dar dicas e lhe ajudar a evoluir, então aproveite isso e seja aberto a conversar e ouvir outros músicos. Se você conseguir ser amigo mesmo de outros músicos, a experiência é mais enriquecedora. Lembre-se a troca de experiências é dialética, você aprende tanto perguntando quanto ajudando os outros, então não só busque experiências, compartilhe as suas também.

Considerações Finais - Por que eu deveria seguir essas dicas ?


Se você leu o texto com atenção deve ter notado que eu já cometi muitas das besteiras que eu enumero (principalmente as primeiras), então estou compartilhando as dicas para evitar que você as cometa e perca tempo e dinheiro; embora saiba que muitos cometeram/cometerão e aprenderam/aprenderão com esses erros, assim como eu que já errei muito e ainda continuo errando, principalmente em relação a não explorar totalmente o equipamento e gastar dinheiro com mais, só para perceber que na verdade não precisava ter comprado e sim estudado mais. Isso é normal, como eu disse. é difícil  assumir que você é o culpado pelo timbre não estar saindo como você gostaria.
As últimas dicas são experiências que eu passei e percebi que me ajudaram muito a evoluir como guitarrista e músico, então aconselho, se você puder, que você passe por elas para que você evolua também.
A lista não é exaustiva, então se você tiver alguma dica, sugestão, crítica, compartilhe nos comentários.
Abraço a todos.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Guitarrista - Que equipamento levar a um ensaio e a uma apresentação.

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Que equipamento levar ?


Sempre que vamos a um ensaio ou uma apresentação temos dúvida do equipamento que devemos levar. Fiz essa lista para auxiliar quem tem essas dúvidas, ela também serve para checar se você não esqueceu nada quando estiver indo a essas situações. Primeiramente farei algumas considerações e depois postarei a lista completa, então se já a quiser visualizar é só olhar no final desse artigo.

Transporte Público vs Carro e Ensaio vs Apresentação.


Pode parecer algo trivial, mas a questão mais importante é saber qual o meio de transporte que será utilizado, pois isso limitará a quantidade de equipamento que você poderá levar. Por isso a lista está dividida por esses tópicos, além de se é um ensaio ou uma apresentação.
A principal diferença entre esses meios de trasporte é que se você utilizar o transporte público não conseguirá levar um amplificador. Para ensaios, principalmente se forem em um estúdio bom, é um problema menor não poder levar  o ampli; no entanto, para uma apresentação é melhor que você consiga levar o ampli, porque muitos lugares tem PAs bem ruins que estragarão o seu timbre, então é melhor não ficar na dependência desses lugares.
Se você toca em um lugar frequentemente, por exemplo em uma igreja, e conhece o PA e ele é de boa qualidade então você pode não levar o ampli, mas esses casos são exceções a regra. Na maioria dos casos de apresentação tente ir de carro e levar o ampli. Caso você não tenha carro, peça para alguém que tenha lhe levar, os outros membros da banda por exemplo.
A diferença entre a apresentação e o ensaio, é que naquela você não pode parar, então leve um backup para a guitarra, pedais e direct-box ou ampli. Guitarristas que já utilizam várias guitarras podem ter dúvidas de quantas de backup deve levar, leve um backup que lhe permita terminar a apresentação ou pelo menos parte dela (caso haja intervalos), não precisa levar um backup para cada guitarra que você utilize.

A lista:


Ensaio de Transporte Público:


- 1 Guitarra, encordamento extra, chaves de ajuste do instrumento, correias e case ou bag.
- CABOS, o máximo possível, no mínimo o necessário e 1 backup.
- Pedais ou Pedaleira e a fonte/bateria para alimentação, mas necessário um AFINADOR (mesmo que não seja no set de pedais, como um de clipe) e patch cables extras.
- Grande quantidade de palhetas (se usar).
- Estabilizador, adaptador de tomadas e baterias 9v (caso tenha poucos pedais, para um emergência ou lugares com elétrica ruim).
- DIRECT-BOX.
- Flanela para secar as cordas e o instrumento.


Ensaio de Carro:


- Tudo do ensaio de transporte público.
- Amplificador.
- Pedestal.


Apresentação de Transporte Público:


- Tudo de Ensaio de transporte público.
- Guitarra backup.
- Pedaleira/ Direct-Box backup.


Apresentação de Carro:


-Tudo do ensaio de carro.
- Guitarra Backup.
- Pedaleira/Direct-Box backup
- Amplificador Backup.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Setup de Guitarra até 1000 reais.

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Como montar um setup de guitarra até 1000 reais.


Nesse post, ensinarei como montar um setup barato indicado para quem está começando a tocar ou para quem já toca e está em busca de um backup barato. O setup será guitarra, cabo e amplificador. Bem básico mesmo para que caiba no orçamento.

Considerações Iniciais.


Além do equipamento citado acima é importante que a pessoa tenha um afinador, para manter o objetivo de conseguir montar o setup com 1000 reais, aconselho quem está montando a usar um afinador online ou baixar um aplicativo no celular. Outra opção é escolher a guitarra e o amplificador mais baratos do post e usar o restante do dinheiro para comprar um afinador de clip, que geralmente é mais em conta.
Importante ressaltar também a questão do cabo. Aconselho que seja o último item a ser comprado. Num cenário sem limitação de orçamento o ideal seria comprar o melhor cabo possível; no entanto, para nosso caso compraremos com o que sobrar do orçamento. Caso sobre uma boa quantidade, indico os cabos Tecniforte, o mais barato deles sai em torno de uns 50 reais.

As Guitarras

Condor Rx-20



Essa é um modelo Stratocaster básica. Essa configuração de guitarra toda marca praticamente tem uma e os preços são bem próximos, recomendo a Condor entre elas, porque possuo uma Rx-30 a 14 anos e nunca tive problemas. Como todas as outras ela possuí corpo de basswood, braço de maple e escala de rosewood. Captadores com sonoridade boa, qualidade de construção também e ótima durabilidade. Essa é uma guitarra que não te deixará na mão. Dando um upgrade nos captadores posteriormente, chega próximo do som de guitarras mais caras que ela.

Preços: entre 400 e 500 reais.

Memphis by Tagima MG 52



Essa é um modelo Telecaster. Mesma configuração de madeira da Condor, com exceção que há opção de escala de maple, como a da foto. Seus captadores são um pouco "fracos" e as Memphis em geral tem uma aparência um pouco frágil, embora conheça pessoas que possuem guitarras da marca a bastante tempo.

Preços: entre 400 e 500 reais.

Mas só essas duas ?


Essas duas são guitarras que eu recomendo porque a Condor é uma das melhores stratos baratas que já toquei, se alguém conhecer outras boas, poste nos comentários. No entanto, qualquer guitarra nessa faixa de preço do modelo strato que tiver qualidade boa fará um bom trabalho. A telecaster eu coloquei para dar mais opções e não ficar só com stratos de opção.
Não há nenhuma Les Paul, SG, PRS, etc na lista porque são guitarras que necessitam de um acabamento e construção superiores (braço colado, mogno como madeira, por exemplo) e por isso nunca encontrei algum modelo nessa faixa de preço que consiga realmente trazer timbres que lembram esses modelos em suas versões mais caras.
Stratos e Teles são modelos simples que são replicados mais facilmente e fielmente por outros fabricantes; além disso, as madeiras utilizadas são os mesmos tipos do das guitarras mais caras (com exceção do corpo de basswood), embora não da mesma qualidade. Todos esses fatores fazem com que esses modelos, mesmo fabricados por empresas que o fazem a baixo custo, tenham um som mais próximo ao fabricado por empresas tradicionais.
Por fim, não há nenhuma guitarra com humbucker, porque geralmente os humbuckers de guitarras baratas possuem um timbre menos fiel a humbuckers bons do que single-coils. Novamente pelo fato de que um humbucker é um captador mais complexo (não quer dizer que tenha um timbre melhor) do que um single-coil e é mais difícil para fábricas que operam com baixo custo replicar os sons de humbucker.

Amplificadores

Meteoro Nitrous Drive 15



Esse amplificador é praticamente um clássico. Existe desde a época que comecei a tocar guitarra. Ele não tem um timbre muito bom, mas está nessa lista por alguns motivos. Ele é leve, pequeno e de fácil transporte, então caberá em qualquer lugar. Também é extremamente simples, o que para iniciantes pode ser uma vantagem do que um amplificador com muitas opções. Legal que possui saída em linha e saída para fones de ouvido. Por fim é um ampli que já está a bastante tempo no mercado e sempre com um preço competitivo.

Preços: 350 a 400 reais.

Landscape GTX 200



Projeto muito parecido com o do Meteoro, procura ser bastante simples para guitarrista iniciantes e também possui a saída em linha e para fone. A Landscape é uma marca nacional com produtos de ótima qualidade. Ele é um pouco maior e mais pesado que o Meteoro, no entanto, o som dele, principalmente o limpo, é um pouco melhor. Um ampli indicado pro pessoal que está começando e não precisa de algo tão compacto quanto o Meteoro.

Preços: 300 a 400 reais.

Landscape Predator 20 Triefx



Outro Landscape, mas esse é um projeto mais completo. Possui som de boa qualidade e o principal diferencial é que já vem com 3 efeitos embutidos. Talvez seja um pouco complexo para iniciantes e coloquei na lista mais para quem quer uma opção interessante para um backup, que tem como vantagem servir de backup tanto do ampli quanto da pedaleira. Para iniciantes, talvez seja melhor ficar com algum dos outros dois, ou se pegar esse para melhor qualidade sonora, utilizar primeiramente somente o canal limpo e somente mexer nos efeitos posteriormente. Além desses fatores, a desvantagem é seu preço mais elevado.

Preços: entre 550 e 650 reais.

Considerações Finais.


Independente do setup escolhido tenha em mente, se você for iniciante, que esse é apenas o primeiro passo, mas que ter um equipamento legal proporciona um estudo mais prazeroso, que, consequentemente, é mais produtivo.
Há a questão de onde comprar esses produtos. Se você mora em uma cidade em que haja uma loja de música confiável e que os preços estejam dentro dos padrões, aconselho que você compre na loja, e, se possível, peça para que alguém regule a guitarra, se não houver custo alto para isso. Caso não haja uma loja confiável não há problemas de comprar online, mas veja se a loja (tanto física quanto online) oferece garantia.
A garantia é um dos motivos que eu só citei produtos novos, se você está começando é difícil identificar a qualidade dos produtos, então é melhor comprar um produto novo que tenha garantia para não correr o risco de perder dinheiro, esse foi o motivo de eu só citar produtos novos nesse artigo.
Qualquer dúvida ou comentário, escreva.
Abraço.